amores expresos, blog do Joca

Friday, June 15, 2007

O ATAQUE DAS MIRISOLETTES GIGANTES

Eu seguia pelas trilhas primaveris do Jardin de Luxembourg, curtindo meu doloroso processo de recivilização após um mês inteiro de pura barbárie cairota movida a Stellas e shishas em combustão quando, sob a luz do sol que ilumina tudinho e não esconde nadinha, uma furibunda gangue de mirisolettes gigantes tentou roubar minha mochila contendo preciosos manuscritos e moleskines inteiros preenchidos com os desenhinhos e esqueminhas para escrever uma história de amor imprescindíveis a um escritor cerebral feito eu.

Fiquei aturdido por instantes, principalmente com o cecê de Leite de Rosas Davene subtraído da mamãe exalado pelos sovacos das mirisolettes, mas consegui dar no pé a tempo. Como consegui escapar? Joguei uma caixa de comentários no chão e elas se distraíram, fazendo comentários malvadinhos sobre escritores descolados que nunca publicaram livros e a programação da Flapt 2009 durante horas seguidas. Depois coloquei um crachá no peito de cada um deles escrito “colunista” e disse “Pronto. Agora vocês podem brincar de adivinhar quem entra e quem não entra no futuro da literatura brasileira.”

E as mirisolettes gigantes ficaram lá, fazendo merda sozinhas sem encher o saco de ninguém, enquanto eu bebia umas cervejas (belgas -- chega de cervejas egípcias, ao menos por esta encadernação) bem longe dali.